Comprou sementes de um lote da safra 2018/2019 em 2020? Não há problema, é importante que o período de dormência da semente tenha acabado e que os testes de viabilidade sejam recentes e dentro da validade. Entenda por que sementes forrageiras podem ser comercializadas após um período de espera.
As sementes de pastagem têm um recurso de adaptação evolutiva chamado de dormência, ou seja, podem estar vivas, mas não germinam logo após a colheita. Esse recurso biológico é desencadeado durante a colheita para garantir a perpetuação da espécie na natureza.
Para não sofrerem perdas na qualidade, como queda de vigor ou aumento da dormência, algumas sementes de panicum e brachiaria precisam ficar armazenadas em condições ideais. Isso pode levar uma safra toda para acontecer e por isso é tão comum encontrar sementes colhidas em safras passadas, sendo comercializadas somente agora.
Uma vez identificada a dormência em um lote de semente, as sacarias permanecem armazenadas em condições ideais, com temperatura em torno de 25 ºC e umidade 60%. Nessas condições, a dormência é rompida naturalmente com o tempo, até que a semente esteja pronta para germinar. Realizamos esse acompanhamento através de análises periódicas de germinação.
Somente após a quebra da dormência a semente é beneficiada e incluída ao processo de tratamento Advanced. No final, uma nova amostra é coletada e verificada a porcentagem de viabilidade e germinação. Por isso, na hora de avaliar a semente de pastagem, observe a validade do teste de viabilidade na sacaria. Esse dado é mais relevante do que a data da safra da semente.
Atualmente o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) não exige resultados de germinação para a comercialização de sementes forrageiras, mas mesmo assim nós fazemos esse teste na SOESP, para garantir a qualidade das sementes comercializadas.
Os testes de germinação são laboratoriais, na SOESP contamos com um laboratório certificado e auditado para garantir a qualidade da semente que chega até o produtor. Além disso, também armazenamos as braquiárias e panicuns em condições controladas, para não causar danos, até a dormência ser quebrada e a semente ficar pronta para germinar.
A humidicola é uma exceção, pois sua dormência é maior que em outras forrageiras, por isso usamos a escarificação no tratamento Advanced e na Dictyoneura também.
Então, respondendo à pergunta inicial, não há problema algum em adquirir sementes de safras passadas, a safra não é o melhor indicativo da qualidade da semente, o mais importante é que a semente esteja com o teste de viabilidade dentro da validade.
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